Era uma vez um Pinto Pintão que bicava, bicava, bicava no chão, mas não aparecia nada.
Numa tarde muito bonita de Verão, o Pinto Pintão encontrou uma bolsa cheia de ouro.
Pinto Pintão decidiu ir entregar a bolsa ao rei.
Pelo caminho Pinto Pintão encontrou um rio e disse:
-Desvia-te da minha frente, para eu passar.
O rio não se desviou e então Pinto Pintão bebeu-o.
Mais à frente Pinto Pintão encontrou uma raposa e disse:
-Sai da minha frente, para eu passar.
A raposa não saiu e então Pinto Pintão comeu a raposa.
Ainda mais à frente encontrou uma coruja e disse:
-Sai da minha frente, para eu passar.
A coruja não saiu da frente e então Pinto Pintão comeu-a.
Ainda mais à frente encontrou um lobo e disse:
-Sai da minha frente.
O lobo não saiu da frente e então Pinto Pintão comeu-o.
Quando já tinha chegado ao palácio entregou a bolsa ao rei.
Ele esperava a recompensa mas em vez de recompensa vieram os guardas e mandaram o Pinto Pintão para a capoeira.
Pinto Pintão abriu o bico e de lá saiu a raposa que comeu as galinhas.
-Qui, qui, ri, qui, qui, quero a minha bolsa de volta para mim.
Mas o rei nem se mexeu. Mandou os guardas meterem o Pinto Pintão na cavalariça.
Então Pinto Pintão abriu o bico e de lá saiu o lobo que comeu os cavalos e disse:
-Qui, qui, ri, qui, qui, quero a minha bolsa de volta para mim.
Mas o rei nem se mexeu. Mandou os guardas meterem o Pinto Pintão dentro de um pote de azeite.
Então Pinto Pintão abriu o bico e de lá saiu a coruja que bebeu o azeite e disse:
-Qui, qui, ri, qui, qui, quero a minha bolsa de volta para mim.
Mas o rei nem se mexeu. Mandou os guardas meterem Pinto Pintão no forno. Então Pinto Pintão abriu o bico e de lá saiu o rio que apagou o forno e alagou as casas.
-Qui, qui, ri, qui, qui, quero a minha bolsa de volta para mim.
O rei ordenou aos guardas que dessem a bolsa ao Pinto Pintão, desde que ele parasse as águas.
Pinto Pintão foi para casa e viveu feliz para sempre.
Tiago Dias